Grande Otelo

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Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

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Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

domingo, 13 de novembro de 2011

Vascina preventiva da Leishmaniose

Por Vivi Vieri

Vacina não deixa cão POSITIVO!!! Já foi dito tantas vezes....Vacinas devem ser vistas como um meio de prevenção importante, assim como os repelentes.
A vacina Canileish foi tão aplaudida na Europa, foi vista como um arma a mais para prevenir a doença, aqui no Brasil prevenção é coisa rara e ainda criticam...


http://www.camara.gov.br/internet/radiocamara/default.asp?lnk=SAIBA-MAIS-SOBRE-O-CONTROLE-DE-ZOONOSES-0840&selecao=MAT&materia=129411&programa=132



Resumo
Na reportagem de hoje, vamos saber um pouco mais sobre o controle de zoonoses, doenças que podem ser transmitidas a humanos direta ou indiretamente por animais.
Gatos são seres independentes, que prezam sua privacidade acima de tudo. Cães são mais apegados às pessoas. Gostam de contato constante com os humanos e detestam estar sozinhos. Mas os dois gostam de liberdade. O problema é que a liberdade, em uma grande cidade, pode significar risco, não só de sofrer acidentes, mas também de contrair doenças. É por isso que levar os cães a um local onde possam brincar é muito importante para que eles não desejem sair por conta própria.

Quanto maior o número de animais nas ruas, maior o risco de expansão de doenças como a leishmaniose visceral. A doença é causada pelo protosoário Leishmania Chagasi e é transmitida pelo mosquito flebótomo. Esse mosquito tem um vôo curto e baixo. É por isso que os cachorros, que andam mais próximos do chão, são mais afetados pela doença do que os humanos.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maerovich, alerta para o fato de que a doença vem avançando em outras áreas do país.

"A doença vem se expandindo, ela, há alguns anos atrás, era praticamente restrita à região Nordeste, isso coisa de 20, 25 anos atrás, mas de lá para cá, houve uma expansão muito grande especialmente para as regiões Centrooeste e Sudeste, atingindo inclusive algumas cidades importantes do estado de São Paulo, do estado de Minas Gerais, do estado da Bahia... "

Embora não haja cura para a leishmaniose, existem no mercado duas vacinas para prevenir a doença em cães. Embora tenham sido liberadas pelo Ministério da Agricultura, órgão responsável pelo licenciamento de medicamentos veterinários, a vacina não é recomendada pelo Ministério da Saúde. Cláudio Maerovich explica os motivos:

"A experiência anterior que havia, até a própria experiência internacional, é com vacinas de eficácia relativamente baixa. E aí o que acontece? O cão é vacinado e o exame dele, por causa da vacina, passa a ser positivo para anticorpos contra o agente da leishmaniose. No entanto, essa positividade, ou seja, essa reação de defesa do cão, pode não ser suficiente para que ele não seja portador da leishmania. E aí, numa localidade onde a presença da doença em humanos é alta e se faz o inquérito entre os cães, se houver cães vacinados, não se sabe se o exame é positivo porque o cão tem a doença ou porque ele tomou a vacina."

Cláudio Maerovich afirma que o Ministério da Saúde promove uma série de ações para o combate das principais zoonoses, como campanhas de esclarecimento junto à população e as campanhas para a vacinação antirrábica em todo o país. No entanto, segundo ele, o Ministério da Saúde continua avaliando que o sacrifício dos cães infectados pelo protosoário da leishmaniose é a melhor forma de controlar a expansão da doença.

"A experiência que tem tido no Brasil, inclusive aqui em Brasília, é de que se consegue a interrupção da cadeia de transmissão com essa estratégia. Aqui em Brasília mesmo, nós tivemos vários casos alguns anos atrás, que foi um episódio que mostrou a presença da doença, e esse ciclo foi interrompido com a estratégia de sacrifício dos animais infectados."

Quanto à possibilidade de tratamento da leishmaniose em cães, como é feito nos humanos, Cláudio Maerovich discorda da prática e diz que não se pode garantir, ou ter a expectativa, da eliminação do papel desse cachorro como reservatório que mantém o ciclo da doença.

Mas como explicar a alguém que trata seu animal de estimação como membro da famíla que seu cão é um reservatório de uma doença letal? Ou será que o cão pode ser chamado de reservatório da leishmaniose, mesmo morrendo por causa dela? É o questionamento que fazem muitos médicos veterinários no Brasil. Em seu último congresso, a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, Anclivepa, divulgou uma carta na qual recomenda o tratamento da leishmaniose visceral canina e condena a posição do Ministério da Saúde em favor da eutanásia. A diretora científica da regional da Anclivepa no Distrito Federal, Simone Bandeira, explica a posição da entidade:

"A leishmaniose não é uma doença brasileira. É uma doença mundial. E no mundo inteiro, os cães com leishmaniose são tratados. Só no Brasil existe essa política de eutanásia, que, já está mais do que provado, é ineficaz como meio de controle da doença. Porque se você não combate o vetor da doença, que é o mosquito, o cão é tão vítima quanto o homem. Então você sacrificar os cães e não fazer o controle adequado do mosquito, não vai nunca surtir efeito para que a doença não avance na população humana."

A médica veterinária rebate a posição do Ministério da Saúde de que o cão tratado não consegue deixar de ser transmissor da doença.

"Consegue sim. Se não conseguisse, não teria sentido você tratar nenhum animal, nem aqui nem no resto do mundo. Mas o animal tratado consegue tranquilamente não oferecer risco para um ser humano. Você diminui a carga parasitária, você diminui a parasitemia, e você diminui o número de parasitos presentes na pele, que é o que vai realmente oferecer risco para o ser humano."

Com a idéia de mudar esse conceito sobre a melhor forma de controlar a leishmaniose visceral canina, o deputado Geraldo Resende, do PMDB do Mato Grosso do Sul, apresentou um projeto que retira a obrigatoriedade da eutanásia dos cães soropositivos, permitindo que, se desejarem, os donos possam tratar seus animais. O parlamentar explica os fatores que contribuíram para a apresentação da proposta:

"Verificamos que a eutanásia dos animais, além de dolorosa para os proprietários, não é eficaz. Além disso, obtivemos a informação de que a leishmaniose animal, embora não tenha cura, é tratável e que, em vários países, isso ocorre. Procuramos o Ministério da Saúde, verificamos que não existe uma política de prevenção, de vacinação, como existe na raiva animal, e que a orientação que o Ministério dá às secretarias estaduais e municipais de saúde é para o sacrifício desses animais. Diante disso, decidimos então apresentar o projeto."

Geraldo Resende explica ainda os principais objetivos do projeto de lei.

"Queremos instituir uma política nacional de vacinação contra a leishmaniose animal, a exemplo da raiva animal, que o Brasil conseguiu erradicar, graças à política de prevenção adotada. Além disso, o projeto prevê que os cães infectados possam ser tratados nas clínicas veterinárias. Hoje, quando o cão é diagnosticado soropositivo, o veterinário é proibido de fazer o tratamento, devendo notificar a secretaria de saúde, para que o animal seja sacrificado, o que, para nós, é uma medida muito radical."

Nesse embate de idéias sobre o controle da leishmaniose, duas questões são muito importantes: a primeira é de que a opinião a favor da eutanásia dos cães infectados não é unânime. A segunda é que, de acordo com o próprio Ministério da Saúde, a leishmaniose vem avançando e atingindo cada vez mais regiões do país. É de se perguntar se os milhares de cães sacrificados todos os anos no Brasil não estão morrendo em vão.

De Brasília, Edson Junior.

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