Grande Otelo

Grande Otelo
Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

Apoio de várias celebridades
Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

terça-feira, 6 de março de 2012


Sesau capacita agentes de endemias sobre Leishmaniose Visceral

Atividade acontece até sexta-feira, em Olho d’Água do Casado; Alagoas tem apenas um município com transmissão intensa da doença

Olival Santos
Doença capaz de levar à morte, a Leishmaniose Visceral (LV) pode ser combatida com simples ações de prevenção. Tendo isso em vista, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), realiza, até sexta-feira (9), uma capacitação com agentes de endemias do Sertão. A atividade acontece no município de Olho D’Água do Casado.

Segundo o gerente de Agravos Não Transmissíveis e Fatores Ambientais da Sesau, Charles Nunes, o foco é a identificação da enfermidade em cães, um dos principais reservatórios do parasita causador. “A LV precisa desse reservatório para chegar ao homem e, por isso, os agentes devem estar preparados para realizar a sorologia nos cães”, explica.

Ele ressalta que as administrações municipais são obrigadas a fazer o estudo científico do soro sanguíneo, além de pesquisa sobre a ocorrência do vetor e captura de flebotomíneos – pequenos insetos, também chamados de mosquito palha ou birigui, responsáveis pela transmissão da doença. As ações acontecem em parceria com o Governo do Estado.

Charles acrescenta ainda que servidores da Sesau e médicos das unidades de saúde também receberão capacitações. O objetivo é aprimorar o diagnóstico, realizado por meio de sorologia ou exame parasitológico, e o tratamento, que deve ser iniciado no Hospital Escola Dr. Hélvio Auto. Apenas este ano, Alagoas teve três casos confirmados da doença.

Leishmaniose Visceral

Também conhecida como calazar, a Leishmaniose Visceral precisa de um reservatório vertebrado para chegar até o homem, podendo ser os cães no perímetro urbano ou preás, gambás e raposas nas áreas rurais. A transmissão acontece por meio do L. Longipalpis, um pequeno inseto que vive em ambientes escuros, úmidos e com acúmulo de lixo orgânico.

Os hábitos alimentares e a fácil adaptação da espécie às condições domésticas desempenham papel importante na urbanização da LV, em especial a criação de cães, galinhas e cavalos próxima a residências. O desmatamento e a ocorrência de moradias precárias também ajudam na disseminação do mosquito palha.

De acordo com Charles Nunes, a doença pode ocorrer em qualquer idade, mas os mais acometidos são as crianças de um a quatro anos e os idosos, já que apresentam imunidade mais baixa. “Além disso, temos também os adultos em idade produtiva, em especial aqueles que se envolvem em atividades na mata, como a caça”, diz ele.

Os sintomas mais comuns são febre, aumento de baço e de fígado, palidez, emagrecimento e fraqueza. Após o diagnóstico, o tratamento é feito com medicação intravenal e o paciente precisa ficar internado no Hospital Hélvio Auto durante os primeiros dias. A aplicação do medicamento dura de dois a três meses, dependendo do caso, e pode ser feita pelo médico do município.

No caso dos cães doentes, é necessário sacrificar o animal, já que não há cura para a forma canina da enfermidade. Outros animais, como o gambá, são hospedeiros da LV, mas não desenvolvem sintomas. Atualmente, apenas São José da Tapera apresenta transmissão intensa da doença, enquanto Palmeira dos Índios tem transmissão moderada. Outras 36 cidades têm transmissão ocasional.

O gerente de Agravos Não Transmissíveis e Fatores Ambientais da Sesau ressalta que a ocorrência da Leishmaniose Visceral vem diminuindo em Alagoas nos últimos anos, tendo sido registrados 38 casos em 2010 e 35 em 2011. “Nos últimos cinco anos, Alagoas teve 10 óbitos confirmados devido à doença. A taxa de letalidade mais elevada foi a de 2009, que apresentou 9%”, expõe Charles.

Fonte: Ascom / Saúde

Nenhum comentário:

Postar um comentário