Grande Otelo

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Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

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Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

segunda-feira, 25 de junho de 2012


LEISHMANIOSE – O VILÃO É O MOSQUITO

Relato enviado pela Márcia (nome fictício), sobre a descoberta de leishmaniose em um de seus cães.
“No mês passado tivemos a notícia de que dois cães foram sacrificados em nosso condomínio por causa da leishmaniose, uma doença terrível e sem cura. Corri e fiz o exame de todos os meus bichinhos. Tenho seis cães: uma labrador, duas foxpaulistinha e três poodles. Descobri que uma das poodles tem a doença. Sofri muito, pois imaginei que teria de sacrificá-la. Felizmente, tenho uma amiga que sabe do meu amor pelos meus cães e me indicou uma veterinária maravilhosa, que me deu uma esperança.
A doença, causada por um protozoário (Leishmania sp.), provoca danos irreversíveis nos rins, no baço e no fígado. O procedimento adotado pelo Ministério da Saúde é sacrificar os animais que têm a confirmação da doença, mesmo que sejam assintomáticos.
O animal infectado transmite a doença, mas não são só os cães os repositórios do protozoário: pequenos mamíferos como gatos, ratos e animais silvestres, e até mesmo o ser humano, podem ser repositórios. A transmissão é feita por um mosquito minúsculo, o mosquito-palha (flebótomo), que pica um animal infectado e, depois, se picar um animal sadio, o infecta. Da mesma forma que a dengue, o combate ao mosquito evitaria a disseminação da doença.
O sacrifício dos cães infectados é uma violência, pois somente seria uma medida positiva se todos os animais com a doença confirmada fossem sacrificados ao mesmo tempo, o que não ocorre. Meu vizinho sacrificou o seu animal, mas o do outro vizinho foi sacrificado depois. Quer dizer que, depois que o primeiro cão foi sacrificado, o segundo continuou transmitido até ser sacrificado. E se um terceiro é diagnosticado depois, ele continua a transmitir a doença até ser sacrificado.
O período de incubação da leishmaniose pode variar de dois a cinco meses, podendo chegar a anos. Ou seja, pode haver um grande número de animais infectados que não apresentam sintomas clínicos e que não são levados ao veterinário para serem diagnosticados. Todos esses animais são potenciais transmissores da doença. Sacrificar todos esses animais seria uma insanidade.
O pior é que a leishmaniose tem tratamento. Na Europa, o laboratório Virbac – que tem produtos distribuídos no Brasil – produz um medicamento chamado Milteforan, que reduz a carga do protozoário no cão ao ponto em que ele deixa de transmitir a doença e consegue ter uma vida normal. O cão precisará do remédio (alopurinol) pelo resto da vida, como, aliás, já fazem os humanos hipertensos ou diabéticos. O Brasil, no entanto, não permite a importação do remédio. Quem precisa do medicamento tem de pedir a quem vai à Europa a passeio para trazer o remédio escondido na bagagem, pois a importação é contra a lei. Sei que tem gente vendendo aqui no Brasil, mas eu nem quero falar deles, pois se o governo pegar, penso que as pessoas que não tem conhecidos que viajam vão ficar sem opção para tratar os seus cães… Eu consegui um frasco, suficiente para o tratamento de 28 dias, e estou tratando a minha amadinha! Sei que vou ter que cuidar sempre dela – na alimentação, no remédio diário… Mas é o mínimo que posso fazer por um ser que só me dá carinho, alegria e tanto amor!
Escrevo com a esperança de que os nossos governantes comecem a prestar atenção aos transmissores (mosquito-palha) e parem de sacrificar as vítimas (os cães).
Márcia”

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