Grande Otelo

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Tela feita pelo grafiteiro CRÂNIO, em apoio à campanha.

Apoio de várias celebridades

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Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

terça-feira, 20 de novembro de 2012


Leishvaccines reúne competências do mundo em torno do tema
Por SBMT
Leishvaccines 2012
O Brasil ocupa posição de destaque no cenário científico internacional quando tratamos de doenças negligenciadas e no caso das leishmanioses esta posição é ainda mais evidente
Criado por iniciativa de um grupo de pesquisadores liderados pelo atual presidente da SBMT, Carlos Henrique Nery Costa, o 2º Simpósio Internacional de Vacinas para Leishmanioses agregou membros da comunidade científica mundial que atuam nessa temática,em Ouro Preto(MG).

Dr. Alexandre Barbosa Reis, presidente do evento internacional, explica que muita coisa mudou desde o 1º Leishvaccines. “O simpósio se consolidou como evento internacional de médio para grande porte. No primeiro Leishvaccines éramos apenas 40 pesquisadores e não havia participação efetiva de estudantes e mesmo de pós-doutorandos que atuassem na área. A ideia era estabelecer algumas metas prioritárias para as pesquisas de vacinas para leishmanioses no Novo e Velho Mundo para humanos e para cães, seja para Leishmaniose Tegumentar ou Visceral”, aponta.

Este eixo de propósito continuou o mesmo no 2º Leishvaccines, no entanto o número de palestrantes subiu para 65, sendo que destes 40 brasileiros e 25 estrangeiros de diferentes países – EUA, Canadá, Irã, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Índia, Espanha, Portugal, China, Jordânia e França. Além disto, contou com a presença de cinco das maiores empresas de biotecnologia e/ou farmacêuticas que atuam na área de desenvolvimento e produção de imunobiológicos com ênfase em vacinas – Pfzer, Hertape-Calier, Ouro Fino, Merial, Leti, bem como pesquisadores envolvidos com empresas públicas no Brasil e no exterior, tais como Biomanguinhos, Butantã, NIAID/NIH e FDA/USA.

No total houve a participação de 195 congressistas, entre palestrantes, pesquisadores e estudantes de diversos níveis, além de representantes do DECIT e da SVS, ambas agências do Ministério da Saúde.

O Brasil ocupa posição de destaque no cenário científico internacional quando tratamos de doenças negligenciadas e no caso das leishmanioses esta posição é ainda mais evidente. A primeira vacina produzida contra leishmaniose e testada sob os preceitos da Organização Mundial de Saúde (OMS) foi do célebre cientista brasileiro prof. Dr. Wilson Mayrink. “Assim, quando percebemos que o Ministério da Saúde e o Ministério da Ciência e Tecnologia & Inovação se engaja em uma luta por desenvolvimento científico e tecnológico voltado para os problemas de saúde que afligem os Trópicos, como no caso das Leishmanioses, talvez a mais negligenciada de todas as doenças negligenciadas, nós da comunidade científica, em especial os vacinologistas, ficamos imbuídos de expectativas por novos investimentos na área”, aponta Dr. Alexandre.

Segundo ele, o Ministério da Saúde ao financiar o evento demonstra que tem esta intenção. “Nós já temos algumas redes constituídas no Brasil, como a Rede Malária e a Rede Dengue, e em breve outras redes serão formadas, talvez a de tuberculose, por exemplo”, diz ao explicar que o Ministério da Saúde, em especial do DECIT/MS/DF, recentemente propôs um edital conjunto com o CNPq para a criação da Rede de Doenças Negligenciadas e as Leishmanioses estão incluídas junto com mais oito doenças. “O que importa é que este edital propõe financiamento para projetos que irão avaliar vacinas contra leishmaniose visceral Canina (LVC), bem como o desenvolvimento biotecnológico de vacinas para leishmaniose humana, por meio de estudos preliminares que apontem novos candidatos”, ressalta.

A saída é a via biotecnológica? Esta foi uma das perguntas que mais movimentou o 2ºLeishvaccines. Foram aproximadamente em torno de 10 conferências sobre este tema que envolveu desde antígenos recombinantes, purificados, parasitos knowkout atenuados geneticamente, até o desenho e desenvolvimento biotecnológicos de vacinas empregando a Vacinologia Reversa ou Bioinformática, bem como estudos in silico associado à imunoproteômica e a genômica. “Estas ferramentas de fato trarão muitos avanços, e em breve, teremos vacinas que foram descobertas com auxílio de programas de computadores e posteriormente foram validadas por meio de ensaios de fase I e II em modelos experimentais”, aposta o especialista.

Reis acredita que estes avanços biotecnológicos trarão em breve soluções e alternativas para a atual política de eliminação de cães utilizada no Brasil que não vem logrando resultados positivos nos últimos anos. “Na verdade, o que vem ocorrendo é uma aceleração assustadora do processo da urbanização da doença para diversas cidades e grandes centros. Hoje a expansão das leishmanioses, em especial da leishmaniose visceral, é observada Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil invadindo diversos países do Mercosul onde até 2006 não havia doença (Argentina, Uruguai e Paraguai)”, completa.

Um dos aspectos diferenciado no 2º Leishvaccines foi a criação de dois cursos pré-simpósio: 1)Leishmania and Leishmaniasis: from immunobiological basis to clinical practices e 2)Leishmania and Leishmaniasis: Biotechnology and Vaccinology for Leishmaniasis. Os cursos tiveram como objetivo central atrair jovens pesquisadores e estudantes buscando balizar o conhecimento e atraí-los para o simpósio que tem elevado nível de discussão e neste sentido aumentar a interação entre os estudantes com pesquisadores de outros grupos no Brasil e/ou no exterior.

De acordo com o especialista, o objetivo foi atingido com sucesso absoluto. “Nos dois pré-cursos tivemos as 40 vagas/curso totalmente preenchidas”, frisa. O professor atribuiu o sucesso ao forte apoio do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) e das Secretarias de Vigilância em Saúde (SVS) de Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal, somados aos apoios das agências de fomento federais – CNPq e Capes e estadual Fapemig.

Reis ressalta ainda o grande apoio da Ufop, que por meio dele foi possível conceder bolsas para vários dos estudantes inscritos no simpósio destinadas aos pré-cursos e com isto muitos jovens pesquisadores foram atraídos. “Considero isto primordial, pois precisamos preparar a nova geração de pesquisadores vacinologistas que buscam o desenvolvimento de vacinas para as doenças negligenciadas tropicais em especial as Leishmanioses”, observa.

De acordo com o professor, além dos pré-cursos, percebeu-se que os pesquisadores que iam chegando também queriam assistir as conferências do pré-curso. “Foi realmente incrível isto, pois nos surpreendemos com tamanha adesão, participação e discussão durante o pré-curso”, disse.

Segundo Reis, o 2º Leishvaccines foi um sucesso. Composto por inúmeras mesas redondas e conferências altamente produtivas que geraram um produto final de excelência internacional que impressionou tanto os participantes brasileiros quanto os estrangeiros.

No último dia do simpósio (6/9) foi realizada uma reunião fechada apenas com os pesquisadores para tomadas de rumos e decisões, onde uma série de metas foram estabelecidas e diretrizes tomadas pelo grupo de pesquisadores que se reuniram para compor uma network mundial rumo à conquista de novos imunobiológicos. “Neste sentido, um documento está sendo gerado para Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde (MS)”, enfatiza o especialista.

Além disto, este documento juntamente com uma proposta de projeto será encaminhado para algumas fundações de apoio internacionais e brasileiras no sentido de orientar estas fundações para uma agenda de financiamento na área de desenvolvimento de vacinas para leishmanioses buscando parcerias, sejam publicas ou privadas, que fomente a pesquisa e dê agilidade na conquista de vacinas cada vez mais eficientes que já possam ser empregadas nas áreas endêmicas.

Ficou decidido que o Leishvaccines será alternado entre Ouro Preto e outra cidade do Brasil, sendo o próximo, em 2015, na cidade de Natal sob a coordenação da professora Dra. Selma Jerônimo. “Esperamos que o 3º Leishvaccines traga mais novidades e uma participação ainda maior de grupos brasileiros e estrangeiros, e para isto vamos buscar apoio, pois este simpósio já é considerado por toda comunidade científica internacional como o único e principal fórum que discute especificamente um tema de tamanha magnitude, que são as Vacinas para as Leishmanioses”, conclui Reis.

Um Facebookfoi criado para que as discussões de Vacinas para Leishmanioses possam ocorrer entre participantes dos dois primeiros Leishvaccines e, claro entre todos os demais interessados pelo tema. Neste Facebook, estão sendo colocadas notícias, ideias, discussões entre outros anúncios relacionados ao fomento, intercâmbio etc.

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