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Hebe Camargo num lambeselinho em Grande Otelo, mascote da campanha.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Pesquisa liderada por brasileiro combate leishmaniose com saliva do mosquito transmissor da doença

Proteína presente no líquido ameniza pela metade as manifestações da doença


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Isabela de Oliveira - Correio BraziliensePublicação:17/06/2015 15:00Atualização:05/06/2015 11:55
Doença que atinge 1,3 milhão de pessoas a cada ano, matando cerca de 30 mil delas, a leishmaniose não tem vacina. Uma parceria entre pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos traz resultados que podem mudar esse cenário. Eles conseguiram diminuir as manifestações da enfermidade infecciosa em mais de 50% e ainda reduzir o tempo de recuperação com uma vacina criada a partir da proteína PdSP15, encontrada na saliva do mosquito transmissor da doença. Encabeçadas pelo pesquisador brasileiro Luiz Fabiano Oliveira, que trabalha nos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, as descobertas foram detalhadas na edição de hoje da revista Science Translational Medicine.

Clique na imagem para ampliá-la e saiba mais  (Cristiano Gomes / CB / D.A Press)
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Ao se falar em vacina, imagina-se que ela foi criada para atacar um vírus, explica o infectologista Werciley Junior, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília. “No caso de protozoários, há um problema: eles são maiores que os vírus e invadem as células de defesa, no caso os macrófagos, que deveriam capturar e destruir esses micro-organismo, ‘comendo-os’”, detalha o médico não participante do estudo. No entanto, no caso de doenças como a leishmaniose, essas estruturas imunológicas acabam sendo atacadas antes pelos parasitas, que as invadem e as utilizam como casa para procriar até explodirem, espalhando a doença pelo corpo.

“As tentativas de vacina que existem miram esse ciclo do parasita, que é muito mais complexo do que o de um vírus. A imunidade imediata, portanto, não resolve o problema. Precisa-se de algo que forneça uma proteção que dure mais tempo”, explica Werciley Junior. Diante desse quebra-cabeça, a equipe de Luiz Fabiano resolveu mirar outra frente de combate: o próprio mosquito transmissor, não o parasita transportado por ele.

A leishmaniose é transmitida pela picada de fêmeas do mosquito-palha infectadas. Ao se alimentarem de sangue, elas danificam a pele do hospedeiro e provocam uma resposta imediata do organismo da pessoa ou do animal atacado. Os flebotomíneos, como também são chamado os mosquitos-palha, desenvolveram maneiras criativas para contornar essa reação imediata. Uma delas é a produção de componentes ativos, na própria saliva, capazes de neutralizar a resposta do hospedeiro. Mas justamente esse artifício podem ser usado contra o parasita, acreditam os autores do novo estudo.

Mesmo em concentrações baixas, essas moléculas contidas na saliva do inseto são potentes e influenciam profundamente a fisiologia do hospedeiro. Estudos anteriores indicaram que roedores imunizados com proteínas presentes na saliva dos insetos ou picados por mosquitos não infectados ficaram protegidos contra a leishmaniose cutânea e visceral. No trabalho de Luiz Fabiano — que teve participação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Fundação Oswaldo Cruz —, verificou-se a capacidade da proteína PdSP15 de proteger macacos rhesus picados por mosquitos infectados.

Defesa recrutada
Para isso, os cientistas expuseram as cobaias saudáveis a 20 picadas de mosquitos-palha não infectados. O processo foi repetido a cada 21 dias. Na primeira rodada de experimentos, um resultado chamou atenção: mais de 60% dos macacos apresentaram resposta imune, mostrando que a picada não contaminada recrutou células de defesa para o local da mordida 48 horas após o “ataque”.

“No nosso caso, a resposta protetora em macacos foi correlacionada com a resposta celular. Isso é importante porque indica que anticorpos não devem ser necessários para a produção do imunizador, o que é diferente, por exemplo, do que é feito com as vacinas contra viroses”, explica Luiz Fabiano ao Correio. Então, o ponto forte da vacina feita com saliva é que, em vez de injetar anticorpos preparados para combater o mosquito, ela incentiva o recrutamento rápido de células — especialmente linfócitos T e macrófagos — para o local da picada.

Sempre que os animais eram picados pelo mosquito, as células “corriam” para onde estava o “buraquinho” da mordida. “Esse recrutamento torna o ponto inóspito para o parasita, evitando que ele se estabeleça no hospedeiro”, conclui o autor. Esse efeito já tinha sido observado em modelos animais, mas é a primeira vez que é comprovado em macacos, animais mais parecidos com o homem. “Isso é um passo a mais para estudos com humanos”, diz Luiz Fabiano.

Duas perguntas para...
Luiz Fabiano Oliveira, pesquisador dos Institutos Nacionais da Saúde (INS), nos Estados Unidos, e principal autor do estudo

Essa linha de pesquisa, a da saliva do mosquito, é antiga?
O início primordial do uso da saliva de vetores remonta a estudos de um brasileiro na Universidade de Harvard, na década de 1980: José Marcos Ribeiro, que também trabalhou na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele foi orientador de Jesus Velenzuela, que me convidou para pesquisar no INS em 2003. Velenzuela estava iniciando o próprio laboratório e já tinha colaborações com a Fiocruz/Bahia. Já conhecia a minha orientadora no Brasil, Aldina Barral, da Fiocruz/Bahia. Hoje, sou funcionário fixo dos institutos como staff scientist. Esse projeto começou entre 2008 e 2009.

Dê mais detalhes sobre a PdSP15.
Ela foi descoberta, ou redescoberta, quando fizemos um screening (detalhamento) de 23 proteínas da saliva desses insetos. Digo redescoberta porque tínhamos evidência de que um homologo de outro vetor protegia roedores. Das 23, a PdSP15 foi a única que apresentou perfil de proteção. Gostaríamos de ter testado outras também, mas o orçamento ao se trabalhar com macacos tem que ser minimizado.

Também previne
Em uma segunda etapa do experimento, para testar a imunização oferecida pela saliva não infectada, os cientistas liderados por Luiz Fabiano Oliveira criaram mosquitos contaminados com o parasita e expuseram os macacos que já haviam sido picados anteriormente por insetos sem a infecção. Os resultados também foram promissores: pelo menos metade das cobaias ficou protegida contra a leishmaniose cutânea. Para melhorar ainda mais, seria excelente que, além da proteína da saliva, fossem utilizadas partes do próprio parasita, avalia o estudioso brasileiro.

“Gostaria de ressaltar a importância de se usar o vetor (mosquito) na infecção. Muitas vacinas contra a leishmaniose foram testadas em laboratórios com sucesso, mas não se mostraram eficientes em humanos”, observa Luiz Fabiano. Segundo ele, todas contaram com a inoculação direta de parasitas em roedores e macacos. “O nosso diferencial é que a nossa protegeu os animais contra as picadas de 50 vetores infectados e, por isso, é mais semelhante ao que ocorre na natureza”, compara.

O próximo passo é saber se os resultados podem ser replicados em humanos. Por determinação da Food and Drug Administration (FDA) — uma espécie de Anvisa dos EUA — , antes dos testes clínicos com humanos, é preciso testar a toxicidade em animais. “O que não é muito problemático, pois essa proteína é inoculada em humanos a todo tempo, especialmente nas regiões endêmicas”, explica Luiz Fabiano. Enquanto os requisitos da agência não são cumpridos, a ação da proteína foi testada in vitro com amostras de células do sangue humano. “Vimos, assim, que indivíduos que são naturalmente expostos à picada respondem positivamente a essa proteína”, conta.

Essa constatação é um dos focos de atenção da pesquisa. Isso porque a grande maioria das pessoas tem leishmaniose uma vez, ou seja, desenvolve imunidade após a cura. “Parte do nosso interesse é entender por que em áreas endêmicas existe muita gente positiva para o parasita, mas que nunca teve a doença”, questiona cientista. Segundo o brasileiro, a condição sinaliza que é possível que essas populações estejam sendo protegidas pelas picadas dos mosquitos não infectados, assim como foi observado nos macacos rhesus.
08/06/2015 20h00 - Atualizado em 09/06/2015 06h13

Casos de leishmaniose preocupam moradores de Itapissuma, PE

Este ano, a doença atingiu três pessoas na área rural do município.
Nove casos foram confirmados no estado, informa Secretaria de Saúde.

Do G1 PE
Moradores de Itapissuma, na Região Metropolitana do Recife, estão preocupados com a leishmaniose ou calazar, uma doença transmitida pelo mosquito palha. Este ano, a doença atingiu três pessoas na área rural do município e uma delas teria morrido de leishmaniose.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Igarassu, os casos foram registrados no assentamento Ubu, onde mora cerca de 50 mil famílias. Uma das moradoras que está com a doença é a filha do agricultor José Quirino, internada há 45 dias em um hospital no Recife. “Tava com frio e muita febre”, contou.

A dona de casa Josicleide Ferreira da Silva, que mora na mesma vila, mostrou o atestado do Hospital Miguel Arraes, onde a irmã dela, Severina Ferreira da Silva, 36 anos, morreu, no último dia 6 de maio, com a doença. Ela disse que os médicos demoraram dois meses para descobrir que Severina tinha leishmaniose.

“Os médicos só faziam estudar o caso dela. E ela de tanto tá sendo furada, optou por fazer o tratamento em casa. Eles ainda tentaram conseguir o remédio dela com o estado. Noventa ampolas, três por dia. Ela tomou com a enfermeira do posto. Só que no dia de tomar a última, ela estava muito fraca, debilitada e não aguento”, relatou Josicleide.

A leishmaniose é transmitida por um mosquito menor que o da dengue.  Ele costuma viver em lugares úmidos, escuros e onde há acúmulo de material orgânico. Um exemplo de criadouro seriam os galinheiros, comuns nesta região. Quando picados, os cães podem virar hospedeiros da doença.

De acordo com o governo do estado, nove casos foram confirmados em Pernambuco até o mês de abril. O caso de Dona Severina ocorreu em maio e, por isso, ainda não foi contabilizado. Os moradores estão assustados e alguns já sacrificaram cães antes da Secretaria de Saúde de Igarassu fazer o exame para saber se o animal está doente.

“O Estado disponibilizou uns kits rápidos para leishmaniose visceral canina. Só assim, com o resultado desse exame rápido, com o exame de sangue específico realizado no Lacen [Laboratório Central do Estado], é que a gente pode pegar os animais positivos e realizar o sacrifício. E assim evitar o sacrifício errado de animais que estão sadios. Já fizemos a ação de educação em saúde e vai ocorrer outras. Se mora em área onde há transmissão tem que fazer o exame mais específico”, afirmou Jaciara Santa, gerente de Vigilância Sanitária de Igarassu.
Morte sob investigação
Sobre a morte da paciente Severina Ferreira da Silva, a assessoria de imprensa do Hospital Miguel Arraes reforçou que ela não morreu no hospital e que vinha fazendo tratamento em casa e indo ao ambulatório da unidade para pegar remédios e fazer avaliação médica. A última vez em que esteve no hospital foi no dia 30 de abril, seis dias antes de morrer.

A assessoria também disse que Severina pode ter morrido de complicações provocadas por outra doença e explicou ainda que os médicos da unidade são capacitados para reconhecer e tratar da leishmaniose.

Já a Secretaria Estadual de Saúde informou que ainda está sob investigação a morte da paciente.

Justiça determina tratamento em CÃES com Leishmaniose

http://globotv.globo.com/tv-morena/bom-dia-ms/v/justica-determina-suspensao-da-eutanasia-de-caes-com-leishmaniose-em-campo-grande/4239731/
Bairros

Bauru: Secretaria de Saúde confirma primeiros casos de leishmaniose referentes a 2015



Trata-se de uma criança de 2 anos e de um jovem de 23 anos, que já foram tratados



A Secretaria Municipal de Saúde de Bauru, através da Divisão Epidemiológica, confirmou, nesta segunda-feira (8), os dois primeiros casos de leishmaniose visceral americana (LVA), com início de sintomas referentes ao ano de 2015.
Um deles é uma criança, do sexo masculino, de 2 anos, moradora de Borebi, com provável local de infecção no bairro Pousada da Esperança II. O início de sintomas foi no dia 14/5/2015, com tratamento no Hospital Estadual de Bauru.
O segundo caso foi adulto, do sexo masculino, 23 anos, morador do Jardim Vitória, com início de sintomas no dia 13/05/2015, que foi tratado no Hospital Unimed de Bauru.
A cidade registra até momento em 2015 dois casos confirmados de LVA, sem óbitos. Em 2014, foram 20 casos confirmados de LVA, com dois óbitos.

Presidente Prudente contabiliza mais quatro casos de leishmaniose em cães

Ao todo, agora, são 53 animais que contraíram a doença no município neste ano, com três registros importados e 50 autóctones

Do iFronteira
A Prefeitura de Presidente Prudente confirmou, nesta segunda-feira (8), mais quatro casos positivos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) no município. Com as novas confirmações, agora, são 53 animais que contraíram a doença neste ano.
De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), do total de casos, três são importados, ou seja, vindos de outra cidade, e 50 autóctones, contraídos no próprio município.
Dos registros divulgados nesta segunda-feira (8), o CCZ informou que foram catalogados nos bairros Jardim Cobral, Jardim Santa Fé e Parque Alvorada.